sábado, 11 de janeiro de 2014

Leitura da Depressão

     
     A nuvem da depressão se abateu sobre mim, não tenho mais forças para continuar. Mas isso não é uma 
carta de despedida antes de um suicídio. Bom, talvez seja, mas não minha morte, e sim da história. Mas antes de escrever um epitáfio, gostaria de refletir sobre isso.
     É tão sem graça viver uma vida. Uma só vida, um enredo personagens semi-fixos, fila na lotérica, sala de espera do dentista. Uma saída? Leitura. Existe um mundo de histórias que servem como uma rota de fuga para a monotonia cotidiana, apenas tome cuidado... Um passo para a depressão é quando a história escolhida consegue ser menos interessante que a sua própria, fazendo a fila do pão se tornar um prazeroso lazer.
     Não tenho mais vontade de viv(L)ER e isso me consome. Sinto como se estivesse traindo uma namoradinha que, aos 14 anos, estivesse me implorado para ficar e esperar, que ainda não estava preparada para me dar o ápice do prazer!
     Posso pegar qualquer outro livro da estante e dar vida a novos personagens, fazê-los protagonistas e trancar os antigos para fora da casa da minha imaginação, entretanto sofrerei do eterno complexo de Hazel sem saber o que acontece, quem casa, quem morre, quem vai preso quando acaba.  Daí a força para continuar.
     Enfim, livro é igual casamento. Você lê a primeira página já pensando no  “felizes para sempre”, mas nem todos continuam excitantes depois da página 20. Fica em suas mãos deixar de viver a história ou esperar para que ele te surpreenda no final.


Boa leitura (ou não).

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